sexta-feira, 30 de setembro de 2011

8º. Festival Cordas na Mantiqueira encerra com gosto de quero mais!


Com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e parceria da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, participaram da edição de 2011 grandes nomes da música brasileira e do mundo.

Era uma pré estréia, e a platéia já pôde perceber a qualidade musical que o 8º. Cordas apresentaria durante todo o mês de setembro. Convidados para a avant-première, estavam o brasileiro que estrelou no Circo Du Solei Renato Martins e o violonista belga Boris Gaquere. Em um trabalho que exaltou o violão brasileiro o duo cativou o público divertindo-se com o violão e o udu, “brincadeiras” permitidas somente aos mais íntimos de seus instrumentos. Boris que mora na Bélgica e teve como professor Sérgio Assad é um apaixonado pelo violão brasileiro e mostrou suas composições entre elas valsas, sambas e choros.

A abertura do festival aconteceu com participação da baixista YUSA, que trouxe talento e muita ginga cubana. Numa apresentação solo e de composições próprias ela fez o público levantar e “bailar” ao som de ritmos latinos. Sua oficina de música cubana também agradou a classe instrumentista contou com a participação até de pós graduandos em ritmos latinos. Ivan Vilela, violeiro respeitado e de carreira ímpar na música instrumental trouxe o trabalho mais recente acompanhado de rabeca, violino e contra baixo acústico, quando mesclaram a música regional à erudição deste grande violeiro.

2011 foi o ano em que o festival se destacou pela participação de nomes conhecidos da música brasileira. A expectativa do público para a noite do compositor e violonista Guinga era grande, afinal Guinga é parte da história da música brasileira. Subiu ao palco do Photozofia com seu violão e a simplicidade singular de um Mestre, cativou, tocou, explorou o poder das artes deixando todos com um gostinho de quero mais. Foi então a vez da estréia de um novo trabalho do pianista e compositor Luis Felipe Gama com o violeiro João Paulo Amaral. Piano Ponteio impressionou a platéia. Suor, técnica, inspiração e beleza, ingredientes que fazem parte da música desses jovens e talentosos músicos que vem conquistando platéias pela Europa e América Latina, a Jam Session foi uma grata surpresa. Guinga, Luis Felipe Gama e João Paulo Amaral convidam a cantora Ana Luiza para apresentar ao público a composição de uma parceria singular, estaria no script da noite que esta era a deixa para o fim, mas e o quero mais? O público pedia e os músicos atendediam, ou melhor curtiram estar ali, por isso foram aproximadamente 6 “bis”, todos que ali estavam saíram tocados, foi essa a sensação...

Os ingressos do dia 17 estavam esgotados há algumas semanas, mesmo assim havia uma pequena fila na porta, era a última tentativa de ver e ouvir de perto mais um ícone da música brasileira.

O Grupo Dharana foi o primeiro da noite a se apresentar, após 20 anos sem gravar um novo trabalho eles mostraram que o entrosamento musical continuava perfeito. Toninho Mattos (Violão), Alex Braga (Violino), Roberto Gomes (Violão) e Edson Natale (Violão) apresentaram algumas músicas dos trabalhos anteriores e uma mostra do que será o próximo cd do Dharana, a receptividade afirmava que o Dharana precisa voltar, porque a música que fazem é um deleite para os ouvintes da boa música. Foi então a vez de Toninho Horta matar a saudade do público, havia na platéia pessoas de várias cidades de São Paulo e Minas Gerais, quiçá se outros estados. Toninho apresentou músicas de seu último cd indicado ao Grammy, mostrou porque é considerado um dos melhores guitarristas do mundo e interpretou com seus arranjos e harmonias peculiares e mundialmente apreciados alguns sucessos de sua carreira. Ao final, o convite aos velhos amigos do Dharana para fazerem juntos uma Jam Session inspirada num imaginário trenzinho BH x São Francisco Xavier.

Encerramento

Era a vez do Festival promover os shows para um público sem limites. Viabilizados pela parceria com a Fundação Cultural Cassiano Ricardo a 8ª. Edição do Encontro Cordas na Mantiqueira chegou à praça de São Francisco Xavier e apresentou mais 6 shows gratuitamente.

O Trio José subiu ao palco da Praça Cônego Manzi na tarde do sábado (24) e apresentou composições inspiradas na Serra da Mantiqueira que agradou a todos!

No início da noite foi a vez do Duo Márcio de Oliveira e Mateus Bustamante apresentar em formação de violão erudito o show “História do Violão Brasileiro”. Grande parte da platéia apreciava pela primeira vez aquele estilo musical, e aprovou. Fugindo do roteiro de interpretações de compositores clássicos, Márcio de Oliveira fez uma homenagem apresentando uma belíssima peça para violão do compositor Beto Quadros que mais tarde subiria ao palco no próximo show da noite.

Tuia Lencionni anunciava o nome mais “pop” do festival, teve bandas no Vale do Paraíba e Rio de Janeiro e trouxe em peso, 4 violões, bateria, charango e viola para um show com sotaque regional de pegada pop agradando a platéia mais jovem.

A Irmandade do Blues levantou a platéia. Apresentando um blues com um mix de rock progressivo nas guitarras de Edu Gomes, Vasco Faé e do contra-baixo de Silvio Alemão, fizeram a platéia levantar, curtir, dançar e cantar.

Ainda tinha mais, e o domingo amanheceu sem chuva para que todos pudessem apreciar música na praça de São Francisco Xavier.

A abertura foi com a Orquestrinha São Xico, formada por 11 crianças e adolescentes do distrito sob a regência de Braz da Viola. Por onde passam esses jovens encantam a todos e na “casa” deles o prazer é ainda maior, com familiares, amigos e novos fãs de um trabalho importante na formação de todos eles.

Ulisses Rocha e Zé Alexandre Carvalho junto com Danilo Brito foram os escolhidos para apresentar a diversidade das cordas. O desafio era mostrar música de qualidade e incentivar a formação de novas platéias para música instrumental brasileira. Com virtuosismo, talento, simplicidade e a alegria de tocar de cada um, a tarefa de cativar novos ouvintes para essa música brasileira tornou-se simples, mas um festival é muito pouco... Então, fica a torcida para que o ano que vem tenha mais Cordas na Mantiqueira!


3 comentários:

  1. Oi Sandro e Patricia
    Nós é que agradecemos.
    O projeto é ótimo e participar é realmente uma dádiva.
    Espero que vocês mantenham a energia necessária e que permaneçam entusiasmados em fazer com que a música brasileira, viva fora dos grandes centros.
    Um grande abraço para vocês.
    Ulisses e Eleuse

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  2. Caros Sandro e Patrícia,

    Foi uma honra para nós da Irmandade do Blues , poder aliar o prazer de estar em São Francisco Xavier ao de tocar em um festival de qualidade como este !
    Nós é quem somos gratos a vocês pela confiança e pelo convite, esperamos revê-los em breve,
    Que sigam com esta mentalidade de trazer cultura e não apenas entretenimento , aos moradores e turistas de São Francisco Xavier.
    Sucesso ao Photozofia, sempre !

    Abraços !


    Silvio Alemão

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  3. Parabéns, pelo sucesso do projeto, ainda mais por ter aberto oportunidade para a comunidade também conhecer melhor, e apreciar, onde famílias estavam presentes e gostaram muito.
    Abraço
    Miragaia

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